A HANSENÍASE É OU NÃO É UMA ZOONOSE?
RESUMO:
Cientistas americanos fazem associação entre o consumo da carne do tatu e o
surgimento de casos de hanseníase, lepra, entre seus cidadãos que não fazem
parte do grupo de risco, ou seja, não são afrodescendentes e que nunca viajaram
para países onde a situação da doença é endêmica: Índia, Brasil ou Angola, onde
ocorre a maioria dos casos. A descoberta possibilitará a erradicação da doença
pelo simples fato de se deixar de consumir a carne do tatu ou de outros animais
silvestres que se alimentam de cadáveres humanos. A descoberta é um fato
inédito, pois o ciclo da doença foge do padrão das zoonoses, que se dá de maneira
geral de forma vertical: do animal para o ser humano, no caso em questão o tatu
primeiro foi contaminado ao se alimentar de cadáveres humanos e passou a
transmitir a doença quando o ser humano passou a consumi-lo como alimento, ou
seja, o ciclo passou a ser horizontal: homem- animal-homem. Para o tratamento
dos estágios mais avançados da hanseníase usa-se a talidomida, um medicamento de
uso controlado devido ao seu caráter teratogênico, se a doença for erradicada
milhares de casos de focomelia deixarão de ocorrer, fetos com encurtamento os
membros próximos ao tronco por ingestão acidental do medicamento por mulheres
gravidas. Outro grande benefício será a diminuição da pressão sobre as
populações de animais silvestres que deixarão de ser caçados, dando lugar para
a produção racional em cativeiro de animais destinados ao consumo através da
integração com o setor agropecuário.
Palavras-chaves:
hanseníase, lepra, talidomida, tatu, zoonose.
ABISTRAT: American scientists make association between
meat consumption Armadillo and the emergence of cases of leprosy, leprosy,
among its citizens who are not part of the risk group, namely African descent
are not and have never traveled to countries where the disease situation is
endemic: India, Brazil or Angola, where most cases occur. The discovery will
enable the eradication of the disease simply by letting consuming armadillo
meat or other wild animals that feed on human corpses. The discovery is an
unprecedented event, since the disease cycle flees the pattern of zoonoses,
which occurs generally vertically: from animals to humans, in this case the
armadillo was first infected by eating human corpses and proceeded to transmit
the disease when humans began to consume it as food, ie, the cycle began to be
horizontal: man-animal-man. For the treatment of more advanced stages of
leprosy is used thalidomide, one controlled prescription drug due to its
teratogenic character, if the disease is eradicated thousands of cases of
phocomelia will no longer occur, fetuses with shortening the next members to
the trunk swallowed the accidental drug by pregnant women. Another major
benefit is to decrease the pressure on wildlife populations that will no longer
be hunted, giving place to the rational production of captive animals for
consumption through integration with the agricultural sector.
Keywords: armadillos, leprosy, thalidomide, zoonosis
1.
INTRODUÇÃO
A
hanseníase, enfermidade que acomete milhares de pessoas em todo o mundo pode
ser transmitidas dos animais para os homens. Busca-se aqui aludir o resultado
da indagação e investigação inicial a que por titulo: A hanseníase é ou não uma
zoonose? Divulgando assim através dessa investigação
possíveis esclarecimentos sobre esta temática por muitos desconhecidos. O
estudo apresenta uma metodologia de caráter descritivo e bibliográfico, proporcionando
como aporte teórico os estudos baseados em: Allan (2009), Highway (2007), Lago
(2010), Sartore (2012), além de textos de cunho jornalísticos, em exposto
Estadão (2007) e O Globo (2011).
Cientistas
americanos fazem associação entre o surgimento de casos de hanseníase entre
seus cidadãos que nunca estiveram em países como a Índia, Brasil e Angola, onde
há prevalência da doença e nem fazem parte do grupo de risco: quilombolas,
indígenas, moradores de zonas urbanas periféricas e agricultores. Em comum
entre eles, é o fato que em algum momento da vida, eles se alimentaram de tatus
(um mamífero que possui uma espécie
de carapaça (armadura) que cobre e protege seu corpo) e quando a
imunidade do organismo se apresenta baixa, devido à outra doença ou velhice a
hanseníase se manifesta muito tempo depois da contaminação. Os focos da doença
estão ligados diretamente com a falta de higiene e saneamento básico, sendo que
à medida que a urbanização progride há uma redução do número de casos sem uma
causa aparente, ou seja, quando os tatus não encontram alimento e abrigo, se
afastam da zona urbana, então como não há mais tatus para serem caçados novos casos
da doença deixam de ser notificados.
2.
O
QUE É A HANSENÍASE?
A
hanseníase é uma doença que aflige a humanidade desde os tempos bíblicos,
conhecida como Lepra ou Mal de Lázaro. Cujo principal sintoma é o aparecimento
de manchas brancas pelo corpo com perda da sensibilidade local, pela predileção
da bactéria Mycobacterium leprae em
atacar células nervosas da pele e das extremidades do corpo: nariz, orelhas,
mãos e pés, causando danos e deformações físicas severas, que podem ser
evitadas se identificada e tratada de imediato.
No
contesto histórico a Hanseníase se confunde com uma infinidade de doenças de
pele, até mesmo manchas de bolores nas paredes e nas roupas podiam causar
pânico na população, que expulsavam os supostos leprosos e queimavam as suas
casas.
Segundo
Allan (2009) se encontra presente nas citações bíblicas do Velho Testamento,
dois tipos de Lepra: a forma maligna que seria a Hanseníase como nós conhecemos
hoje e uma forma benigna que seria uma infinidade de doenças de pela entre elas
o Vitiligo, que demandavam cuidados especiais por partes dos sacerdotes. Segundo
a Literatura Médica, o vitiligo, é uma condição crônica da pele resultando em
despigmentações circulares da pele, as suas causas ainda são discutidas. A
condição é mais evidente em indivíduos de pele escura, suspeita-se que haja uma
junção de fatores autoimunes, genéticos e ambientais Em condições mais severas
pode provocar a ativação do sistema imunológico que passa a atacar as células
devido ao aparecimento de outras doenças, dando início a um processo
inflamatório.
A
hipótese atual seria de que anticorpos atacam os melanócitos, células
produtoras de melanina, pigmento que dar cor a pele e protege contra os efeitos
nocivos da radiação solar (outro fator de proteção foi o cabelo lanoso,
encrespado, que permitia à formação de uma colona de ar que refrigerava o
cérebro, no caso dos mongóis e caucasianos a pele branca favoreceu a absorção da
pouca radiação solar disponível nas grandes latitudes, imprescindível para a
formação da vitamina D, já o cabelo e barbas lisa surgiu para evitar o
congelamento do crânio) essa proteção propiciou aos negros a possibilidade se
expandiram pelo continente africano, subcontinente indiano, Austrália, se
espalhando pelos mais distantes arquipélagos do Oceano Pacífico, como a isolada
Ilha de Pascoa na metade do caminho para a costa oeste da América do Sul, já os
mongóis vieram do norte pelo Estreito de Bering, sabendo que o fóssil humano
mais antigo já encontrado nas Américas é de uma mulher, pelo formato de sua
bacia, e com evidentes traços negroides quando seu crânio foi reconstituído,
chamaram-na de Luzia, esses dois grupos humanos deu origem aos nativos
americanos, os índios, de pele vermelha e cabelo liso.
Pelos relatos bíblicos, ao contrário do que
supõem o contexto histórico ocidental, os povos que habitavam o Norte da África
e Oriente Médio eram negros, até as invasões dos povos brancos vindos da Europa
através da expansão dos Impérios Macedônio com Alexandre o Grande, sucedido
pelo Império Romano, que exterminaram os negros daquela região do globo, visto
que na África Subsaariana não há evidência de civilização, o que só ocorre no
Egito com os faraós e na Etiópia onde ainda hoje existem os judeus negros
descendentes diretos do reis Salomão e da Rainha de Sabá, e que a ocupação do
interior do continente só veio a acontecer em decorrência das perseguições dos
brancos, que buscavam escraviza-los. De ante dessa afirmação se os judeus
primitivos eram negros como é que ficaram brancos, pois bem quando os Romanos
invadiram a Judeia saquearam e destruíram o Templo de Salomão, levaram a
mulheres como escravas sexuais para a Europa, a título de espólio de guerra, dessa
forma o judaísmo sobreviveu através da tradição matriarcal. Em diversos
momentos houve perseguições, durante a Inquisição quando a Igreja Católica se
constituiu em uma forma policial, muitos foram convertidos a força ao
cristianismo e deportados para as colônias, ficaram conhecidos como cristãos
novos ou de forma pejorativa chamados de “marranos”, termo derivado de “marrã”
a fêmea do bode, carneiro ou porco, semelhante ao que aconteceu com as escravas
africanas que deram origem as “mulatas”, termo derivado de “mula” híbrido do
equino com o asinino. Novamente esse grupo foi alvo de perseguições e
extermínio em massa na Segunda Guerra nos campos de concentração nazista.
Certamente
não foi na Idade Antiga que a lepra tenha se estabeleceu na Europa, visto que o
saneamento básico já estava disponível a todos os cidadãos romanos através das
casas de banho e banheiros públicos, mas sim na Idade Média em decorrência das
Cruzadas contra os Mulçumanos, que ocuparam o vazio demográfico deixado pelos
judeus exterminados pelos Romanos. No
retorno a Europa os Cruzados levaram consigo a Lepra e a Peste Negra, devido às
pulgas contaminadas com a peste bubônica dos ratos que invadiram os porões dos
navios.
Os
leprosos eram obrigados a carregar um sino para alertar as pessoas da sua
presença, quando se aproximavam das vilas eram alvejados com pedras, por isso
viviam afastados da sociedade em cavernas e nos vales dos rios, esperando que
seus parentes lhes trouxessem comida. Somente na década de 1980 é que o
isolamento dos doentes deixou de ser compulsório, com a descoberta do
tratamento, quando foram fechados os últimos leprosários.
Até
esse momento podemos considerar a lepra como não sendo uma zoonose, pois a
contaminação se dava diretamente pelo contato com os doentes. Já a peste negra
é uma zoonose clássica, que dizimou um terço da população da Europa, certa de
75 milhões de pessoas. Causada pela bécteria Yersinia pestis, transmitida através das pulgas Xenospsylla cheopis dos ratos pretos Rattus rattus ou outros roedores. Os
mortos da peste negra serviram de pasto para os lobos selvagem que se
multiplicaram ao ponto de se tornarem predadores de seres humanos e do gado, dando
origem ao mito do lobisomem que arranhava as portas das casas. A lepra só veio
a ser considerada uma zoonose quando os tatus passaram a se alimentar dos cadáveres
humanos dos cemitérios e sendo consumidos pelos seres humanos.
E mais terrivelmente no caso dos europeus, que
não alcançaram o mesmo nível de civilização dos povos que viveram no deserto,
que tinham rígidos códigos de ética, que proibiam o consumo de determinados
tipos de alimentos e disciplinavam práticas rígidas de higiene pessoal. Para os
judeus, casher. Para os muçulmanos, halal. Essas instruções foram copiladas em
diversos livros do Antigo Testamento, só que a sua leitura e interpretação
ficaram restritas ao clero, sendo proibida a sua leitura por parte da
população, que não souberam se precaver diante de eventos de ordem sanitária a
pouco citados.
3. COMO
SE TRANSMITE A HANSENÍASE? “SEM LEVAR EM CONTA AS NOVAS DESCOBERTAS”.
A
transmissão se dá por meio de uma pessoa doente que apresenta a forma
infectante da doença (multibacilar-MB) e que, estando sem tratamento, elimina o
bacilo por meio das vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros),
podendo assim infectar outras pessoas suscetíveis. O bacilo de Hasen tem a
capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas adoecem, porque a
maioria apresenta capacidade de defesa do organismo contra o bacilo. Não sendo
transmitida de outra forma, nem mesmo através de relações sexuais ou de forma
congênita através da gestação, não sendo necessário o afastamento do doente do convívio
social, desde que o mesmo esteja sendo submetido a tratamento com medicamento
constituído por associação de antibiótico, denominados poliquimiotarapia (PQT).
Segundo site da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia.
4.
USO
DA TALIDOMIDA NO TRATAMENTO DA HANSENÍASE?
Highway
(2007) a Talidomida ou “Amida Nfálica do Ácido Glutâmico” trata-se de um medicamento
desenvolvido na Alemanha em 1954, inicialmente comercializado como sedativo.
Retirado do mercado em 1957 devido ao seu caráter teratogênico durante a
gravidez, gerando milhares de casos de Focomelia, aproximação ou encurtamento
dos membros junto ao tronco dos fetos, tornando-os semelhantes a focas. Só que
em 1965 foi descoberto os seus benefícios no tratamento dos estados reacionais
de hanseníase, o eritema nodoso hansênico que é um evento inflamatório agudo no
curso da doença. Sendo considerado de base imunológica e importante causador de morbidez e incapacidade física. A partir daí foram descobertas inúmeras
utilizações para a droga no tratamento de AIDS, LUPUS, doenças degenerativas,
câncer e transplante de medula óssea.
Em
decorrência dessa diversidade de uso, houve um grande aumento do número de acidentes
com a ingestão da talidomida por mulheres grávidas, o que provocou o nascimento
de uma segunda geração de vítimas da Talidomida. Sobretudo porque no rotulo do
medicamento constavam a imagem uma mulher grávida e uma tarja vermelha de
proibido, símbolo interpretado erroneamente como sendo um remédio abortivo. E
mesmo assim houve vítimas de terceira geração, pois no Brasil a talidomida
é distribuída na rede de publica saúde, ao contrário do que acontece na Índia
onde a administração do medicamento é feito na unidade hospitalar. A questão se
agrava diante do furto do medicamento e do seu comércio no mercado negro, onde
o mesmo pode até estar sendo usado no tratamento da malária na região amazônica.
5.
USO
DA TALIDOMIDA EM HOMENS E MULHERES EM IDADE FÉRTIL.
Por
força da Portaria nº 345, de 15 de agosto de 1997, é proibido uso da talidomida
em mulheres em idade fértil. Só sendo receitada em casos especiais, onde a
mulher deve abster-se de sexo ou levar em consideração a possibilidade de se
submeter a uma laqueadura para evitar a concepção, devendo-se adotar o uso de
preservativos sexuais visto que o medicamento inibe a ação de contraceptivos. Como
parte do tratamento a mulher é obrigada a fazer testes mensais de gravidez para
que seja feito um aborto, visto que um único comprimido pode causar danos ao
feto durante a gestação, ficando resíduos no organismo por até um ano. Também é
recomendado aos homens, conforme a Resolução nº RDC 140/2003 da ANVISA, que
mesmo sendo submetido à vasectomia, que faça uso de preservativos e evite doar
sangue.
A
luz de Lago (2010) segundo alguns especialistas os benefícios da talidomida
são inquestionáveis, devendo haver um controle mais rigoroso na distribuição e
administração do medicamento.
6.
A
HANSENÍASE NO BRASIL E NO MUNDO. E AS NOVAS DESCOBERTAS.
No
Brasil a hanseníase está associada à falta de higiene e de saneamento básico e
é comum em populações marginalizadas que vivem nas periferias das grandes
cidades ou no interior das florestas, como indígenas, quilombolas e
agricultores, e com o advento da urbanização há uma redução progressiva do
número de caso. Na Índia, onde se observa a maioria dos casos, a doença está
relacionada com a forma com que eles tratam seus mortos, que são cremados às
margens do rio Ganges, o que faz com que esse seja o rio mais poluído do mundo,
onde se podem ver matilhas de cães errantes e mendigos a espera dos restos da
cremação dos mortos para tê-los como alimento. Sabendo que a Índia é formada
por um fragmento da placa tectônica antártico-australiana que ficando a deriva,
veio a se chocará o continente asiático, proporcionando a elevação das
Cordilheiras do Himalaia, por esse motivo os seus solos são jovens e pouco
profundos o que inviabiliza a abertura de covas para se enterrar os
defuntos. Nessas circunstâncias a pouca
lenha disponível é utilizada na cremação dos cadáveres, ficando como principal
fonte energética e queima do esterco dos bovinos para aquecimento das
residências no inverno, afugentar as nuvens de mosquitos no verão e para
cozinhar aos alimentos. É por isso que na Índia a vaca é considerada um animal
sagrado só sendo consumida quando ela não possui mais dentes para se alimentar
sozinha ou quando é atropelada, a coleta do esterco das ruas fica a cargos das
viúvas que são abandonadas pelas suas famílias, assim a vaca vale mais viva do
que morta por ser uma verdadeira usina de transformação de energia.
Sendo
uma doença comum em países subdesenvolvidos de clima quente como a Índia,
Brasil e Angola onde está a maioria dos casos, respectivamente. O que não
explica o fato de americanos que nunca viajaram para esses países contraírem a
doença. São cerca de 150 novos casos por ano, principalmente nos estados do sul
de maioria afrodescendentes, Mississipi, Luisiana, Arkansas e Texas, fugindo do
padrão com pessoas brancas sendo acometidas pela doença sem uma causa definida.
E através desse grupo controle pode se observar que em algum momento da vida
elas tiveram contato com animais silvestres, principalmente o tatu que serve de
alimento para pessoas que residem na zona rural, com o qual se prepara pratos
típicos como a lombada caipira que muitas vezes é feita com tatus vítimas de
atropelamentos recolhidos nas estradas. Diante dessa nova informação buscou-se
a fazer a captura de tatus próximos a locais onde havia pessoas que tinha
contraído a lepra e pode se constatar a presença da bactéria Micobacterium leprae, agente etiológico
da Hanseníase. E a partir desta constatação pode se concluir que a Hanseníase,
conhecida desde a antiguidade como lepra, trata-se de uma zoonose: doença
transmitida ao homem pelo contato com os animais ou pelo seu consumo na forma
de alimento.
Publicado
em O Globo (2011) outro fato curioso da nova descoberta era que apenas os tatus
que viviam próximos aos aglomerados humanos possuíam a bactéria alojada no seu
organismo, enquanto os tatus que viviam na natureza intocada não eram
portadores da bactéria. Outra descoberta significativa era que os tatus haviam
adquirido a bactéria dos seres humanos, um fato inédito de transição de uma
doença de forma horizontal: dos seres humanos para os tatus e dos tatus para os
seres humanos ou invés da forma tradicional, vertical, dos animais para os
seres humanos. Levando os cientistas a crer que antes da chagada dos europeus
no continente americano, não havia circulação da bactéria entre os animais, e
que a contaminação vem se dando ao longo dos últimos 500 anos, quando os tatus
visitam os cemitérios a procura de cadáveres frescos para se alimentarem adquirindo
dessa forma a doença, lhes causando danos no baço e fígado. E para os seres
humanos quando eles resolvem se alimentar destes animais. Devido a sua
temperatura corporal de 32ºC, a bactéria encontrou nesse animal um hospedeiro
ideal, porém não sendo possível manter a bactéria viva em condições
laboratoriais. Essa descoberta tem sido amplamente divulgada na mídia americana
e em diversos sites na internet. E que segundo a Organização de Mundial de
Saúde (OMS). Em 2011, o Brasil registrou cerca de 34 mil novos casos da doença,
número inferir apenas aos 127 mil casos na Índia, que tem uma população cinco
vezes maior. Nas Américas, a lepra foi uma forma que a natureza encontrou para
punir o ser humano, por comerem o tatu, obra do Currupira e da Caipora,
entidades indígenas que protegem os animais do ataque dos caçadores.
7. O
FULECO, O TATU-BOLA, MASCOTE DA COPA DO MUNDO DE 2014 E A SAÚDE PÚBLICA.
Segundo
a FIFA, Federação Internacional de Futebol, Fuleco é uma junção das palavras Futebol
e Ecologia, termo que causou polêmica na impressa internacional, pois varias
publicações sugerem tratar-se de uma palavra usada num contesto pejorativos
para designar a anatomia intima partilhada por homens e mulheres, quando se
substitui a terceira letra o “L” por “R”. Sugerindo que o termo em questão
remete à linguagem dos escravos africanos. Constrangimentos a parte por esse
mal “entendido”, a realização da Copa do Mundo de Futebol de 2014 no Brasil não
atende somente o interesse da FIFA, dos políticos e dos empreiteiros em saquear
o dinheiro público, à moda do pão e circo como faziam dos antigos Imperadores
Romano, que mantinham o povo distraído com as lutas dos gladiadores que
simulavam combates mortais, como sugere o movimento de oposição à realização da
Copa. Há por parte da escolha do tatu-bola como mascote dos jogos o interesse
dos Estados Unidos da América em proteger os seus cidadãos do contágio da
hanseníase em decorrência de uma possível contaminação devido ao consumo da
carne deste animal, sendo que os turistas americanos quando viajam a países do
terceiro mundo são orientados a se alimentarem apenas de produtos
industrializados para evitar infecções alimentares.
O
interesse oculto do governo brasileiro é o de trazer mão-de-obra especializada
para gerenciar o seu processo de desenvolvimento econômico, evitando-se assim o
apagão tecnológico devido à carência de profissionais de alto nível, através do
relacionamento amoroso dos turistas estrangeiros com mulheres brasileiras
haverá a formação de uma geração de crianças com dupla nacionalidade
transitando livremente entre os países dos seus genitores. Essa suposta imagem
de preservação ambiental vai trazer benefícios incomensuráveis na área de saúde
pública, pois se evitando o consumo da carne de tatu milhares de novos casos de
lepra deixarão de surgir e dessa forma erradicaremos essa doença do nosso
território pelos simples fatos de se evitar o contado com o hospedeiro da
bactéria, da mesma forma serão reduzidos os caso de acidentes teratogênicos
provocados pela ingestão da talidomida por mulheres grávidas. Sem falar na
redução da pressão sobre as populações dos animais silvestres que deixarão de
serem caçados para servirem de alimentos. Havendo com isso uma consequente
procura por alimentos de origem animal, explorados através da agropecuária e de
animais silvestre em criados cativeiros legalizados e abatidos sob as normas
técnicas e cientificas do Serviço de Inspeção Sanitária e Industrial Médico
Veterinário.
8. EXPOSIÇÃO
DE AFRODESCENDENTES A PATÓGENOS E CONTAMINANTES AMBIENTAIS.
Nessa
questão é importante que se abra um parêntese para explicar que as populações
de afrodescendentes ou quilombolas são os principais autores na produção de
alimentos para o abastecimento das cidades e dessa forma estão exposto
diretamente a diversos fatores de contaminação por agentes biológicos
patogênicos, presentes no solo e nos subprodutos agrícolas, principalmente o
esterco dos animais, e quando se trata de produtos de origem animal a situação
é ainda mais crítica, pois através da prática do abate de animais de forma
clandestina, as partes nobres dos animais são vendidas para se obter dinheiro
para a compra de produtos manufaturados e se alimentam justamente das partes
dos animais: cabeça, intestinos e pés, que apresentam grande carga bacteriana e
onde se concentram os ovos dos parasitas entre eles os da cisticercose que
podem se alojar no cérebro dos indivíduos causando distúrbios neurológicos,
motivo pelo qual a maioria dos casos de internações nos manicômios é de afrodescendentes.
9.
ÁREA
DE DISTRIBUIÇÃO DOS TATUS E RISCO DE EXTINÇÃO.
Há
várias espécies de tatus, desde o pequeno tatu-bola, aos de tamanho médio como
o tatu-peba e tatu-galinha até os de grande porte como o tatu-canastra,
mamíferos que geram uma cria na maioria das espécies, enquanto há outras que
geram de quatro a doze crias por ano. Podem ser encontrados desde a Argentina,
próximos a gélida Patagônia, Brasil, países da América Central, México e
Estados Unidos onde ele tem sido encontrado mais ao norte em decorrência do
aquecimento global, não sendo encontrado nas Cordilheiras dos Andes devido ao
frio e a altitude. Atualmente a principal causa de ameaça de extinção é a
destruição do seu habitat natural para dar lugar a grandes empreendimentos
agropecuário com grandes áreas de pastagem e lavoura em sistema de monocultura,
ameaçando de extinção as espécies que dependem da floresta preservada, assim
como a maioria dos animais silvestres. Entretanto, segundo Sartore (2012) há
algumas espécies de animais silvestres se beneficiam da presença humana, quando
lhe são proporcionados alimentos e abrigo, como é o caso dos tatus que vivem e
se alimentam dos cadáveres nos cemitérios, fechando o ciclo de transferência de
energia através dos níveis tróficos da cadeia alimentar, reciclagem de matéria
orgânica em sais minerais absorvíveis pelas plantas, e transmissão do agente
etiológico da Hanseníase o Mycobacterium
leprae.
10. ORGANIZADORA DE CONCURSOS PÚBLICOS SUGERE QUE
A LEPRA NÃO SEJA UMA ZOONOSE.
Prova
do Concurso Público do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento,
realizado pela CONSUPLAN, em 04 de maio de 2014, sugere que a Hanseníase não
seja uma zoonose. Na prova objetiva de conhecimento específico para Cargo de
Agente de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Animal se faz a
seguinte colocação: Assinale a alternativa cuja doença e respectivo agente
etiológico NÃO sejam considerados uma zoonose.
A)Antraz- Bacillus anthracis
B)Mormo- Brurkholderia mallei
C)Hanseníase- Mycobacterium leprae
D)Febre
maculosa- Rickettsia rickettsii
Segundo
o gabarito da questão a alternativa correta seria a letra “C”, pois bem, pelo
que acabamos de abordar e diante das alternativas, a questão não apresenta
alternativa correta, dessa forma ela é passível de anulação. Levando-se em
consideração que mesmo que cientistas brasileiros ainda não reconheçam a
Hanseníase como uma zoonose, a questão não deixa isso claro, nem mesmo faz
referência a organização de saúde humana ou animal nacional ou internacional:
Ministério da Saúde, Organização Mundial de Saúde- OMS, Organização
Internacional de Saúde Animal- OIE.
Dessa forma
todas essas epizootias são zoonoses:
1.
O Antraz: doença causada pela bactéria Bacillus
anthracis é uma zoonose comum em áreas rurais com programas inadequados de
controle, por meio de vacinação, do carbúnculo hemático no gado. Ficou famoso
por ter sido utilizado como arma biológica em atentados terroristas na forma de
um pó branco em cartas enviado pelo sistema de correios para autoridades
americanas. Conhecida como cabrunco, cujo sentido empregado de forma pejorativa
foi disseminado pelo Brasil pelos imigrantes nordestinos. 2. O Mormo: doença
causada pela bactéria Burkholderia mallei,
acomete equídeos, equinos, asininos e muares, podendo ser transmitida ao homem.
3. Febre Maculosa: doença causada pela bactéria Rickettsia rickettsii é transmitida por carrapatos infectados,
principalmente em áreas rurais onde se observa grande concentração de animais
silvestres, principalmente capivaras, que chegam até o homem através dos
carrapatos dos cavalos e cães de fazendas.
11. CONCLUSÃO
Diante
do exposto está mais do que provado que a hanseníase é uma zoonose. Um caso
extraordinário quando se trata de doenças transmitidas ao homem pelos animais,
pois antes de ser um transmissor da doença o tatu foi contaminado pelo próprio
ser humano quando trouxe a lepra da Europa para as Américas durante o período
colonial. E que existe um lobby muito forte por parte da indústria química de
medicamentos para que a hanseníase não seja reconhecida como zoonose, pois o
Brasil sendo um país recordista em automedicação proporciona lucros vultosos
aos laboratórios farmacêuticos, que não desejam perder essa fatia do mercado. O
que deixaria de acontecer se fosse feita a associação entre o consumo da carne
de tatu com os casos de lepra.
Sendo
a hanseníase reconhecida como zoonose milhares de pessoas deixariam de se contaminar
com doença, principalmente os quilombolas, indígenas, moradores das periferias
das cidades e agricultores que complementam a sua dieta com a ingestão de
proteína através da caça de animais silvestres, como os tatus e outros animais
silvestres, que ficariam livres da caça. E também com a redução do número de
comprimidos da Talidomida em circulação diminuiriam os acidentes teratogênicos
em consequência da ingestão da talidomida por mulheres grávidas.
Não
podemos deixar de abrir um parêntese para o triste fato de que uma doença que
acometia um grupo socialmente excluído só passou a ser devidamente estudado
pela ciência quando a doença passou a acometer integrantes da classe
privilegiada de um país rico, mas a descoberta é de importância significativa
de deve ser amplamente divulgada.
Referências
Bibliográficas
ALLAN, Denis. O que quer dizer “lepra” na Bíblia. São Paulo: 2009.
ESTADÃO. Descontrole na área da saída gerou a segunda e a terceira geração de
vítimas da talidomida. O Estado de São Paulo, 2007.
HIGHWAY, Net. Talidomida ou “amida nfática do ácido glutâmico”. A.B.P. T, 2007.
LAGO, Thalytta Aires. Uso da
talidomida em pacientes hansêmicos. 62ºed. Reunião Anual da SBPC: UFM, 2010.
O GLOBO. Tatus podem transmitir hanseníase para humanos, diz pesquisa, 2011.
SARTORE, Joel. Transmissão da lepra: o risco tatu. Ed.150: National Geographic
Brasil, 2012.
Comer tatu causa lepra
Acesso em 01 de maio de 2014, disponível
em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lepra
Lepra na Bíblia.
Acesso em 05 de maio de 2014, disponível
em: http://medicineisart.blogspot.com.br/2010/10/lepra-no-antigo-testamento.html
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