CONSUMO
PREDATÓRIO DA CARNE DO JABUTI NO NORTE E NORDESTE BRASILEIRO
RESUMO: O objetivo deste estudo é alertara
sociedade brasileira da necessidade de elaborar uma estratégia para se evitar o
consumo predatório da carne do jabuti, fato que está provocando a redução da
população destes animais na natureza e que poderá levar a extinção da espécie. Esses
animais têm como característica a longevidade e demoram vários anos para e
tornarem adultos, muitas vezes eles são abatidos antes de atingem à maturidade
sexual dessa forma não há a recomposição da população na natureza ou em
cativeiro, o que é mais comum visto que eles são criados nos quintais e quando
a densidade passa de um número de dez animais eles são vendidos aos mesmos
magarefes que fazenda o abate clandestino dos animais de consumo. O seu maior
pico de abate de dá no feriado da Semana Santa, que é quando muitos nordestinos
que moram na região sudeste se reúnem com suas famílias em cidades do interior
dos estados mais distantes do litoral onde não há uma oferta significativa de
peixes, que são substituídos pelos jabutis, porém na região amazônica o consumo
dos jabutis é durante o ano inteiro, mesmo tendo grandes estoques pesqueiros
não existem uma sistema de armazenamento que permitam a exportação do pescado
para outras regiões do país. O semiárido ou sertão nordestino é grande produtor
de carne de bovino, caprinos, ovinos e suínos, mas paralelo há um consumo de
aninais silvestres, principalmente tatus durante todo o ano e em menor quantidade
preás, paca, tamanduás e veados. Recentemente a Igreja Católica tem orientado
os seus fieis para evitarem o consumo de carne de caça e tem abraçado a causa
da agricultura familiar ecológica. Mas para que haja o fim do consumo da carne
do jabuti, esse animal precisa ser inserido no contesto econômico com a livre
comercialização dos animais adultos, na forma de matrizes e reprodutores,
regulamentando os que são criados em cativeiro de fundo de quintal ou mesmo os
que são retirados da natureza, para que eles sejam destinados à produção de
filhotes para abastecer o mercado de animais de estimação, só assim evitaremos
que eles sejam abatidos.
Palavras chave: carne, jabuti, nordeste, Semana Santa.
ABISTRAT: The
purpose of this study is alerted Brazilian society of the need to develop a
strategy to avoid wasteful consumption of turtle meat, a fact that is causing
the reduction of the population of these animals in nature and that may lead to
extinction of the species. These animals are characterized by longevity and
take several years to become adults and often they are slaughtered before they
reach sexual maturity so there is no rearrangement of the population in the
wild or in captivity, which is more common as they are reared in backyards and
when the density passes a number of ten animals they are sold to the same farm
slaughterers that illegal slaughter of animals for consumption. Its highest
peak slaughtering gives the Holy Week vacation, which is when many Northeastern
who live in the Southeast gather with their families in the inner cities of the
distant coastal states where there is a significant supply of fish, which are
replaced by tortoises, but in the Amazon region the consumption of turtles is
year round, even with large fish stocks are not a storage system that allow
exporting fish to other regions of the country. The semi-arid northeastern
backlands or is a major producer of beef, goats, sheep and pigs, but there is a
parallel consumption of wild aninais, especially armadillos throughout the year
and to a lesser amount cavies, paca, deer and anteaters. Recently the Catholic
Church has guided their faithful to avoid the consumption of game meat and has
embraced the cause of ecological family farming. But for there to be the end of
the consumption of the flesh of the tortoise, the animal needs to be inserted
in the economic contest with the free marketing of adult animals, in the form
of matrices and breeding, regulating those bred in captivity backyard or even
that are taken from nature, so that they are intended to produce puppies to
supply the market with pets, so just avoid them to be slaughtered.
Keywords: meat, tortoise, northeast, Holy
Week.
1. INTRUDUÇÃO
Jabuti é um termo indígena e significa “o
que não bebe” ou “persistente”, pertence ao gênero dos Chelonoidis, no Brasil há duas espécies o jabuti-piranga, que
significa “o vermelho que bebe pouco”, cujo nome cientifico é Chelonoidis carbonária, termo latino
relacionado com a sua coloração de carvão em brasa, sua área de abrangência são
as regiões nordeste e sudeste, temos também o jabuti-tinga, que significa “o
branco que bebe pouco” só que na verdade ele é amarelo, cujo nome científico é Chelonoidis denticulata, a
descrição não tem nada haver com a sua coloração e sim com a forma serrilhada
da carapaça dos filhotes, típico das matas densas de terra firme da floresta
amazônica.
Antes os jabutis estavam enquadrados no
gênero Geochelone, quelônios da
terra, só que agora esta designação é
atribuída apenas aos seus parentes africanos. Basicamente eles estão
distribuídos na África subsaariana e na faixa tropical das Américas, ficando
isolados na ilha de Madagascar quando essa se separou da África e nas ilhas
Galápagos quando a Cordilheiras dos Andes se elevou. Contemporâneos dos
dinossauros, eles tinham o tamanho de um automóvel popular e abitavam o
supercontinente da Pangeia.
Além
da sua destruição por terra, exceto nas regiões polares e grandes altitudes, se
distribuem por todo o globo inclusive em ambientes aquáticos como os oceanos e
os rios, são as “tartarugas-marinha” e de água-doce conhecidos como “cágados-d’água”
ou tigres-d’água, já os jabutis nós chamamos de “cágados” influência do
espanhol “galápagos”.
2. ÁREA DE DISTRIBUIÇÃO
Os quelônios terrestres têm os seus membros
adaptados para a vida na terra, as suas patas traseiras são parecidas com perna
de elefante e são usadas para cavar buracos na terra onde seus ovos são
depositados, as patas dianteiras são arqueadas para os lados e o seu pescoço é
retrátil para dentro do casco, as fêmeas são maiores que os machos, pois elas
mantêm seus ovos armazenados até o momento da postura, diferentes das aves que
põem de fora intercalada, tendo a parte inferior do casco plano para acomodar
um maior número de ovos, já os machos são menores que as fêmeas e têm a parte
de baixo do casco côncavo, para se encaixarem na fêmea no momento da cópula,
apesar do seu tamanho reduzido eles têm uma necessidade energética maior devido
ao apetite sexual aflorado, quando estão perseguindo as fêmeas eles fazem focalizações
característico parecidos com o ronco de porcos só que não anasalado alveolar,
eles podem travar lutas espetaculares pelo controle das fêmeas chocando-se
frontalmente como fazem os herbívoros ruminantes. São onívoros e hibernam por
longos períodos a esperado aumento da temperatura, podendo ficar presos embaixo
de árvores caídas na floresta até que seu tronco apodreça abocanhados pequenos
animais que passam na sua frente.
Os quelônios de água salgada estão adaptados
à vida aquática, no caso das tartarugas-marinhas que passam a vida inteira na
água, os seus membros anteriores se transformaram em nadadeiras e os
posteriores em lemes para fazer manobras a captura de animais aquáticos e algas,
só retornando a paria onde nasceram apenas para desovar.
Os quelônios de vida semiaquática, vivem
próximos a fontes de água doce, rios e lagos, seus membros apesentam membranas
interdigitais parecidos com pés de pato, seu pescoço não se retrai para dentro
do casco e sim ele se dobrar para o lado, são exclusivamente carnívoros e podem
ser vistos tomando sol em cima de pedra e trocos de árvores próximos à água
para facilitar a digestão, pois são animais de sangue frio, em regiões
distantes do litoral pode se observar bandos de borboletas lambendo o sal
expelido por glândulas próximas dos seus olhos, devido a sua dieta carnívora, o
mesmo acontece com os crocodilianos, no caso das tartarugas da Amazônia elas
têm uma dieta onívora pela grande quantidade de frutos que caem das árvores,
essa oferta faz com que elas sejam as maiores do grupo. Os semiaquáticos
asiáticos retraem o pescoço para dentro do casco, o que significa uma evolução
pelo isolamento geográfico continental e uma maior adversidade ambiental provocada
por predadores aquáticos.
3. CARACTERÍSTICAS TAXONÔMICAS.
Seu corpo é revestido por placas ósseas
epidérmicas, formadas pela fusão das costelas com o osso externo, recoberto por
escamas dérmicas queratinizadas, dai a desinência familiar Cheloniidae, ou simplesmente quelônios. A parte superior dorsal é a
chamada carapaça e a inferior ventral é o pastrão. Por possuírem essa carapaça
estão enquadrados na ordem Testudinata.
São da classe Reptilia que abrange os
repteis, animais vertebrados tetrápodes e ectodérmicos, ou seja, não possuem mecanismo
interno de regulação da temperatura corporal, dependem do calor do sol para
fazer sua digestão e chocar seus ovos, cujo embrião é revestido por uma
membrana amniótica que possibilita uma nutrição extra para seus filhotes por
mais alguns dias depois deles terem deixado a casca do ovo o que lhes permitiu
ficarem independentes da água para reprodução, ao contrário dos anfíbios. Do
filo Chordata devido à simetria
bilatéria característica comum dos animais superiores, pertencendo por tanto ao
reino Animalia.
4. USO DOS QUELÔNIOS DA ALIMENTAÇÃO.
O caso mais
famoso de quelônios sendo utilizados para consumo humano é das
tartarugas-marinhas por comunidades de pescadores, só que projetos ambientais de
geração de renda através do turismo têm conscientizado essas comunidades da
importância de se preservar esses animais, protegendo inclusive os seus locais
de desova e evitando que os mesmo fiquem presos nas redes de pesca e morram por
afogamento. As tartarugas-marinhas são comente utilizadas como alimento por
náufragos que bebem o seu sangue para evitam a desidratação, esse abito é comum
em países da Ásia, só que com tartarugas-de-água-doce, serpentes e aves.
Durante as Grandes Navegações quando os espanhóis descobriram as Ilhas
Galápagos milhares de jabutis gigantes foram embarcados para servirem de
alimento à tripulação, durante as longas viagens pelos oceanos, eles abriam a
carapaça destes animais a golpes de machado. Os caboclos amazônicos costumam
cozinha os jabutis sem retira-los do casco, colocando-os diretamente na
fogueira. Na América Central tartarugas-de-água- doce eram criadas em cativeiro
com a finalidade de serem abatidas para servirem de alimento, elas eram
comercializadas vivas, pois na época não havia sistema de refrigeração e
mantê-las viva era uma forma de ser tê-las sempre a disposição e levadas para outros
pontos Impérios Maia que não faziam parte da mesma bacia hidrográfica separada
por cadeias de montanas, só dessa forma seria possível o cruzamento entre
espécies geograficamente isoladas.
Já na floresta amazônica além dos jabutis-terrestres
se consume regularmente a as tartarugas da Amazônia, na verdade elas são
cágados, que podem ser criadas em cativeiro e atingem o tamanho de abate em
pouco tempo, essas características de manejo em cativeiro permite que sejam
exploradas economicamente e através da refrigeração a sua carne possa ser
exportada para outras regiões do país ou mesmo para países da Ásia onde o
consumo de animais aquáticos é tradicional. O que se fosse feito reduziria a
pressão sobre os animais silvestres gerando emprego e renda as populações
humanas que exploram de forma predatória animais silvestres.
5.
ESTADO
DE CONSERVAÇÃO.
Muitos quelônios estão seriamente ameaçados
de extinção ou já foram extintos pela ação do homem, principalmente pela descaracterização
do seu habitat natural através da agricultura pelo revolvimento do solo devido
aos implementos, arados e grades niveladoras de solo, movidos a tração
mecânica, destruindo seus ovos que estão enterrado no solo ou mesmo os animais
adultos são esmagados pelas rodas do trator ou mutilados pelos implementos;
pela prática das queimadas para limpar o terreno para a formação de novas
pastagens, como esse animais são muito vagarosos eles acabam morrendo queimados
o mesmo acontece com seu ovos que estão enterrados. A caça também é um fator de
extermínio das populações destes animais, pois a demanda é crescente não
havendo tempo para eles se reproduzirem a uma taxa maior do que são predados.
Um terceiro fator é a captura de animais na natureza para abastecer o mercado
de animais de exóticos ou de estimação.
6.
ALTERNATIVA
PARA EVITAR A EXTINÇÃO DO JABUTI
A forma conflituosa de convivência destes
animais com o ser humano os levará à extinção, a menos que seja encontrada uma
solução vantajosa para o ser humano para que ele saia da condição de predador
para a de cuidador e protetor. E isso só será possível através da exploração
econômica e racional em cativeiro destes animais, pois sendo criados sob
condições controladas eles estarão livres de parasitas e predadores e não
sofrerão privações por falta de alimento e água, terão um crescimento mais
acelerado e atingirão uma longevidade que a vida na natureza não permite, pois
ela não tem piedade dos jovens nem tão pouco ela tem compaixão com os velhos. Nesse
sistema econômico preservacionista há a possibilidade da criação em cativeiro
das tartarugas da Amazônia com a finalidade de produção de carne, pois já é um
animal criado para essa finalidade, se adaptando sem maiores problemas ao
cativeiro podendo ser alimentado com rações industrializadas e frutos
disponíveis em quase todas as regiões tropicais. Os jabutis também merecem
atenção especial, pois a maior da vegetação nativa do país, Mata Atlântica,
Caatinga e Cerrado, foi convertida em áreas de produção agropecuária, assim os
jabutis que têm perdido as suas áreas de alimentação e quando são avistados
pelos seres humanos são imediatamente capturados, sendo mantidos em cativeiro e
abatidos em algum momento, alguns destes jabutis têm um destino menos cruel e
podem viver vários anos chegando a deixar vários descendentes. Sendo essa
alternativa de sobrevida para os jabutis a criação em cativeiro com a
finalidade de produção comercial de filhotes para o mercado de animais de
estimação, pois já existe um mercado paralelo que promove a retirada destes
animais e os leva para os grandes centros populacionais, podendo haver uma
valorização de 1000% mil por cento do local onde eles são capturados até o
comprador final, esses animais geralmente são traficados ainda quando são
filhotes dessa maneira pode ser levados em grande quantidade sem que haja uma
alta mortalidade comum aos pássaros e mamíferos, pois quando são filhotes de jabutis
possuem uma reserva amniótica que lhes possibilita passar um bom tempo sem se
alimentar, só que muitas vezes esses filhotes vão ser criados em condições não muito
adequadas em apartamentos ou em quintais cimentados sem ter a possibilidade de
se reproduzirem e se alimentando de forma inadequada. Pior ainda é quando os
jabutis adultos são abatidos para servirem de alimento, pois deixarão de gerar
de três a cinco novos filhotes por ano, e o preço apurado por quilo de carne é
um pouco maior do que o de galinha caipira de quintal. Dessa forma se a
comercialização destes animais fosse regulamentada evitaria a extinção da
espécie, pois seria mais um nincho de mercado para os pet-shopping, que além
dos filhotes, eles poderiam comercializar rações especiais, terrários e
aquecedores para as regiões mais frias, e quando estes animais estivessem
adultos poderiam ser trocados por novos filhotes e seriam encaminhados para
criadores que farem a reprodução assistida.
7.
REINTRODUÇÃO INADEQUADA DOS JABUTIS EM MEIO
AMBEITE INADEQUADOS
Se os animais adultos forem
poupados e reservados para a reprodução de filhotes a espécie poderá ser
multiplica em número suficiente para se pensar na sua reintrodução com
monitoramento na natureza, desde que em locais que sejam adequados para
recebê-los sem que haja o risco deles serem recapturados por caçadores ou que
venha a morrer de inanição por falta de alimento e de água, visto que os locais
onde se dá a soltura destes animais são parques naturais recém-criados onde
ainda não houve a recomposição da vegetação nativa, diferente dos pássaros que
podem percorrem grandes distâncias em busca de alimento e água. No mínimo nos
locais de soltura houvesse um morador que lhes fornecesse regularmente alimentos
e água. Principalmente quando se trata de jabutis da Amazônia que são mais
exigentes em termos alimento e água por serem maiores os jabutis do Nordeste,
esses animais podem farejar a água servida às abelhas no meio da caatinga e
morrem do lado do colho por não poderem alcança-lo. Apesar de poderem ficar
longos períodos hibernando sem comer ou beber água, os jabutis quando levados
de volta para uma reserva poder perder a reserva de água através da urina, o
que poderá leva-lo a morte se ele não encontrar uma forte de água para fazer
essa reposição de estoque. O curioso é que as fêmeas usam essa reserva
estratégica no momento da postura dos seus ovos, urinando no local onde ela vai
cavar o buraco para depositar os ovos.
8.
JABUTIS
CRIADOS EM QUINTAIS.
No interior do Nordeste é comum que muitas
famílias tenham jabutis em seus quintais e na maioria das vezes eles são
nascidos em cativeiro e não seria adequado a sua reintrodução na natureza, pois
eles não sobreviveriam sem a assistência humana. Muitos filhotes são dados como
presente de aniversário para os filhos dos amigos, o que pode acontecer, esse
filhote pode viver vários anos sem se reproduzir até que outro jabuti seja
providenciado para formar um casal dessa forma haverá descendentes, ou ele pode
vir a óbito devido à falta de alimento e água, ou ser pisoteado ou friccionado
contra o chão como se fosse um carrinho de brinquedo. Mas com o mínimo de
espaço, seja ele gramado de areia ou terra eles podem ser criados esse
reproduzirem anualmente, porém há o inconveniente de na maioria dos casos os
jabutis pertencem a uma mesma ninhada e vão se reproduzindo por gerações, mesmo
apesar da pouca troca de material genético há poucos casos de má formação
genética.
O grande empecilho é a questão legal, pois
quem tem esses seus jabutis criados no quintal pode ter que se desfazer deles
para não serem enquadrados na legislação ambiental que proíbe a sua criação de
fundo de quintal. Outro fator negativo é quando os jabutis atingem a fase
adulta eles são vendidos para serem abatidos principalmente no feriado católico
da Semana Santa onde a demanda por esse tipo de caça aumenta. Por haver nesse
período do ano uma proibição religiosa do consumo da carne vermelha e pela
baixa oferta de peixes devido a grande distância do litoral a carne de jabuti
foi incorporado ao cardápio religioso, sendo que os indígenas já jaziam uso da
carne do jabuti desde que chegaram às América durante a última era glacial
antes da elevação no nível do mar. Mesmo tendo convivido com o ser humano por
milhares de anos os jabutis nunca enfrentaram um declínio de sua população como
agora, o que poderá levar a extinção da espécie nas próximas décadas.
9.
AMATANÇA
DOS JABUTIS NA SECA DE 2012.
O consumo da carne do jabuti se intensificou
devido à seca de 2012 que foi considerada a pior dos últimos 30 anos, que
atingiu oito estados nordestinos com e o norte de Minas Gerais com exceção do
Maranhão para onde foi levado quase todo e gado bovino em fase de engorda,
garrotes e novilhas, o restando do rebanho, vacas e bezerros, foi deixado para
trás por não ter valor comercial, essa seca só não se constituiu numa tragédia
humanitária devido à intervenção do governo federal que disponibilizou carros
pipa para a distribuição de água nas fazendas e comunidades do interior e do
milho transgênico plantado Centro-Oeste e trazidos de navio cargueiro. E como
não havia oferta de peixes devido ao baixo nível dos açudes e não tendo
dinheiro para comprar o peixe salgado vindo de fora. Não tendo peixe muitas famílias
utilizaram a única reserva disponível, os jabutis presos nos quintais, que
foram inclusive vendidos para magarefes que nessa época do ano deixam de vender
carne vermelha e abatem os jabutis para vender a sua carne. Como resultado
quase não se ver jabutis adultos, restando apenas os animais jovens que não
tinha o tamanho de abate, mas ainda há esperança para a espécie, pois ainda
podemos ver pequenos jabutis recém-nascidos fruto do último acasalamento da
vida de seus pais.
10. LEGITIMAÇÃO DO CRIME DE TRÁFICO DE
ANIMAIS SILVESTRES.
O tráfico de animais silvestre é um dos mais
lucrativos mercados ilegais perdendo apenas para tráfico de arma e de drogas, em
algumas circunstâncias podemos considerá-los como elo de uma mesma corrente, visto
que os criminosos são oportunistas e visam exclusivamente o lucro a qualquer
preço. Fora o seu caráter marginalizante eles são pessoas como qualquer outra
que buscam viver em sociedade e atingir ganhos materiais para aquisição de patrimônio
para dar uma vida confortável para suas famílias e serem reconhecidos como cidadãos.
Então se vivemos um sistema democrático onde teoricamente as leis servem para proteger
a sociedade, então por que a criminalidade tem tantas ramificações e as leis
que deveriam controlar os seus impulsos antissociais servem apenas para
legitimar e até mesmo favorece-los em diversas circunstâncias.
Por exemplo, o governo propôs um
desarmamento que seria a solução para a violência urbana, agora imaginemos que
quantos crimes de homicídio vão deixar de ser investigados porque a prova do
crime foi simplesmente destruída. O mesmo se aplica ao combate ao tráfico de drogas, que não vem trazendo resultados práticos apenas favorecendo a concorrência entre grupos paramilitares que promovem a distribuição para os usuários. O certo seria que, fosse feita uma distinção entre os vários tipos de drogas de forma não genérica, as que tivesse um potencial menos poderiam ser sua produção controlada pelo Estado com o cadastramento dos pontos de venda e o rastreamento dos usuários, para que estes não precisassem recorrer aos traficantes para terem a mão o fruto do seu desejo.
A legislação de proteção dos animais silvestre caminha no mesmo sentido, pois a sua finalidade é de nos impedir de explorarmos economicamente a nossa fauna como fizeram os europeus e asiáticos, que capturam na natureza animais dos quais se alimentavam frequentemente para tê-los sempre a disposição. Hoje os animais domésticos de consumo são explorados por grandes multinacionais que almejam o controle absoluto dos recursos naturais e meio de produção de alimentos, impedindo até que as comunidades nativas se alimentem da forma tradicional. Durante longa trajetória de caça e domesticação dos animais muitas espécies foram extintas simplesmente por falta de gestão dos recursos naturais pela exploração excessiva das suas populações ou destruição do seu habitat.
A legislação de proteção dos animais silvestre caminha no mesmo sentido, pois a sua finalidade é de nos impedir de explorarmos economicamente a nossa fauna como fizeram os europeus e asiáticos, que capturam na natureza animais dos quais se alimentavam frequentemente para tê-los sempre a disposição. Hoje os animais domésticos de consumo são explorados por grandes multinacionais que almejam o controle absoluto dos recursos naturais e meio de produção de alimentos, impedindo até que as comunidades nativas se alimentem da forma tradicional. Durante longa trajetória de caça e domesticação dos animais muitas espécies foram extintas simplesmente por falta de gestão dos recursos naturais pela exploração excessiva das suas populações ou destruição do seu habitat.
Diante da impossibilidade destes animais
permanecerem no ambiente natural, que não é mais adequado a manutenção da sua
população, defendemos que se legitime a criação em cativeiro sem observar a
origem destes animais, se retirados da natureza ou que tenha nascidos em
cativeiro. E que os jabutis passem a serem considerados animais domésticos,
favorecendo a criação de associações de produtores de filhotes que se
encarregaram de fazer a gestão de mercado e registro dos animais.
11. CONCLUSÃO.
É necessário buscar alternativas para
evitar a extinção das espécies de jabutis que vivem nas matas brasileiras e se
possível que se faça o resgate destes animais do meio natural, pois a natureza
já foi extremamente modificada pelo homem a ponto de não ser um local seguro
para a permanência destes animais. E como eles se adaptam facilmente as
condições de cativeiro poderiam ser mantidos sob condições controladas para a
reprodução em larga escala de filhotes que seriam comercializados, sendo que
nesses termos haveria todo um sistema de rastreamento, desde o local de origem
das matrizes e reprodutores, sejam eles criados em quintais na zona urbana ou
em sítios e fazenda, até o consumidor final que ficaria responsável pela
devolução quando o animal ficasse adulto. Dessa forma haveria um circulo de
proteção entorno dos animais adultos que seriam explorados com a finalidade
exclusiva de produção de filhotes. E mesmo que os jabutis escapassem do
cativeiro eles não representariam qualquer ameaça ao meio ambiente, pois eles
não são considerados uma espécie invasora como são as espécies semiaquáticas,
que quando se tornam adultas são soltas na natureza pelos seus donos e muitas
destas espécies são exóticas e passam a concorrer com as espécies nativas
levando-as a extinção.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
2.
http://hypescience.com/uma-so-familia-tartarugas-isoladas-se-encontraram-gracas-a-fome-dos-maias/
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