sexta-feira, 29 de agosto de 2014

CONSUMO PREDATÓRIO DA CARNE DO JABUTI NO NORTE E NORDESTE BRASILEIRO





CONSUMO PREDATÓRIO DA CARNE DO JABUTI NO NORTE E NORDESTE BRASILEIRO

  RESUMO: O objetivo deste estudo é alertara sociedade brasileira da necessidade de elaborar uma estratégia para se evitar o consumo predatório da carne do jabuti, fato que está provocando a redução da população destes animais na natureza e que poderá levar a extinção da espécie. Esses animais têm como característica a longevidade e demoram vários anos para e tornarem adultos, muitas vezes eles são abatidos antes de atingem à maturidade sexual dessa forma não há a recomposição da população na natureza ou em cativeiro, o que é mais comum visto que eles são criados nos quintais e quando a densidade passa de um número de dez animais eles são vendidos aos mesmos magarefes que fazenda o abate clandestino dos animais de consumo. O seu maior pico de abate de dá no feriado da Semana Santa, que é quando muitos nordestinos que moram na região sudeste se reúnem com suas famílias em cidades do interior dos estados mais distantes do litoral onde não há uma oferta significativa de peixes, que são substituídos pelos jabutis, porém na região amazônica o consumo dos jabutis é durante o ano inteiro, mesmo tendo grandes estoques pesqueiros não existem uma sistema de armazenamento que permitam a exportação do pescado para outras regiões do país. O semiárido ou sertão nordestino é grande produtor de carne de bovino, caprinos, ovinos e suínos, mas paralelo há um consumo de aninais silvestres, principalmente tatus durante todo o ano e em menor quantidade preás, paca, tamanduás e veados. Recentemente a Igreja Católica tem orientado os seus fieis para evitarem o consumo de carne de caça e tem abraçado a causa da agricultura familiar ecológica. Mas para que haja o fim do consumo da carne do jabuti, esse animal precisa ser inserido no contesto econômico com a livre comercialização dos animais adultos, na forma de matrizes e reprodutores, regulamentando os que são criados em cativeiro de fundo de quintal ou mesmo os que são retirados da natureza, para que eles sejam destinados à produção de filhotes para abastecer o mercado de animais de estimação, só assim evitaremos que eles sejam abatidos. 

Palavras chave: carne, jabuti, nordeste, Semana Santa.
ABISTRAT: The purpose of this study is alerted Brazilian society of the need to develop a strategy to avoid wasteful consumption of turtle meat, a fact that is causing the reduction of the population of these animals in nature and that may lead to extinction of the species. These animals are characterized by longevity and take several years to become adults and often they are slaughtered before they reach sexual maturity so there is no rearrangement of the population in the wild or in captivity, which is more common as they are reared in backyards and when the density passes a number of ten animals they are sold to the same farm slaughterers that illegal slaughter of animals for consumption. Its highest peak slaughtering gives the Holy Week vacation, which is when many Northeastern who live in the Southeast gather with their families in the inner cities of the distant coastal states where there is a significant supply of fish, which are replaced by tortoises, but in the Amazon region the consumption of turtles is year round, even with large fish stocks are not a storage system that allow exporting fish to other regions of the country. The semi-arid northeastern backlands or is a major producer of beef, goats, sheep and pigs, but there is a parallel consumption of wild aninais, especially armadillos throughout the year and to a lesser amount cavies, paca, deer and anteaters. Recently the Catholic Church has guided their faithful to avoid the consumption of game meat and has embraced the cause of ecological family farming. But for there to be the end of the consumption of the flesh of the tortoise, the animal needs to be inserted in the economic contest with the free marketing of adult animals, in the form of matrices and breeding, regulating those bred in captivity backyard or even that are taken from nature, so that they are intended to produce puppies to supply the market with pets, so just avoid them to be slaughtered.

 Keywords: meat, tortoise, northeast, Holy Week.

1.      INTRUDUÇÃO

    Jabuti é um termo indígena e significa “o que não bebe” ou “persistente”, pertence ao gênero dos Chelonoidis, no Brasil há duas espécies o jabuti-piranga, que significa “o vermelho que bebe pouco”, cujo nome cientifico é Chelonoidis carbonária, termo latino relacionado com a sua coloração de carvão em brasa, sua área de abrangência são as regiões nordeste e sudeste, temos também o jabuti-tinga, que significa “o branco que bebe pouco” só que na verdade ele é amarelo, cujo nome científico é Chelonoidis denticulata, a descrição não tem nada haver com a sua coloração e sim com a forma serrilhada da carapaça dos filhotes, típico das matas densas de terra firme da floresta amazônica.
   Antes os jabutis estavam enquadrados no gênero Geochelone, quelônios da terra, só que agora esta designação é atribuída apenas aos seus parentes africanos. Basicamente eles estão distribuídos na África subsaariana e na faixa tropical das Américas, ficando isolados na ilha de Madagascar quando essa se separou da África e nas ilhas Galápagos quando a Cordilheiras dos Andes se elevou. Contemporâneos dos dinossauros, eles tinham o tamanho de um automóvel popular e abitavam o supercontinente da Pangeia.
    Além da sua destruição por terra, exceto nas regiões polares e grandes altitudes, se distribuem por todo o globo inclusive em ambientes aquáticos como os oceanos e os rios, são as “tartarugas-marinha” e de água-doce conhecidos como “cágados-d’água” ou tigres-d’água, já os jabutis nós chamamos de “cágados” influência do espanhol “galápagos”.


2.    ÁREA DE DISTRIBUIÇÃO

   Os quelônios terrestres têm os seus membros adaptados para a vida na terra, as suas patas traseiras são parecidas com perna de elefante e são usadas para cavar buracos na terra onde seus ovos são depositados, as patas dianteiras são arqueadas para os lados e o seu pescoço é retrátil para dentro do casco, as fêmeas são maiores que os machos, pois elas mantêm seus ovos armazenados até o momento da postura, diferentes das aves que põem de fora intercalada, tendo a parte inferior do casco plano para acomodar um maior número de ovos, já os machos são menores que as fêmeas e têm a parte de baixo do casco côncavo, para se encaixarem na fêmea no momento da cópula, apesar do seu tamanho reduzido eles têm uma necessidade energética maior devido ao apetite sexual aflorado, quando estão perseguindo as fêmeas eles fazem focalizações característico parecidos com o ronco de porcos só que não anasalado alveolar, eles podem travar lutas espetaculares pelo controle das fêmeas chocando-se frontalmente como fazem os herbívoros ruminantes. São onívoros e hibernam por longos períodos a esperado aumento da temperatura, podendo ficar presos embaixo de árvores caídas na floresta até que seu tronco apodreça abocanhados pequenos animais que passam na sua frente.        
  Os quelônios de água salgada estão adaptados à vida aquática, no caso das tartarugas-marinhas que passam a vida inteira na água, os seus membros anteriores se transformaram em nadadeiras e os posteriores em lemes para fazer manobras a captura de animais aquáticos e algas, só retornando a paria onde nasceram apenas para desovar. 
  Os quelônios de vida semiaquática, vivem próximos a fontes de água doce, rios e lagos, seus membros apesentam membranas interdigitais parecidos com pés de pato, seu pescoço não se retrai para dentro do casco e sim ele se dobrar para o lado, são exclusivamente carnívoros e podem ser vistos tomando sol em cima de pedra e trocos de árvores próximos à água para facilitar a digestão, pois são animais de sangue frio, em regiões distantes do litoral pode se observar bandos de borboletas lambendo o sal expelido por glândulas próximas dos seus olhos, devido a sua dieta carnívora, o mesmo acontece com os crocodilianos, no caso das tartarugas da Amazônia elas têm uma dieta onívora pela grande quantidade de frutos que caem das árvores, essa oferta faz com que elas sejam as maiores do grupo. Os semiaquáticos asiáticos retraem o pescoço para dentro do casco, o que significa uma evolução pelo isolamento geográfico continental e uma maior adversidade ambiental provocada por predadores aquáticos.


3.    CARACTERÍSTICAS TAXONÔMICAS. 

   Seu corpo é revestido por placas ósseas epidérmicas, formadas pela fusão das costelas com o osso externo, recoberto por escamas dérmicas queratinizadas, dai a desinência familiar Cheloniidae, ou simplesmente quelônios. A parte superior dorsal é a chamada carapaça e a inferior ventral é o pastrão. Por possuírem essa carapaça estão enquadrados na ordem Testudinata. São da classe Reptilia que abrange os repteis, animais vertebrados tetrápodes e ectodérmicos, ou seja, não possuem mecanismo interno de regulação da temperatura corporal, dependem do calor do sol para fazer sua digestão e chocar seus ovos, cujo embrião é revestido por uma membrana amniótica que possibilita uma nutrição extra para seus filhotes por mais alguns dias depois deles terem deixado a casca do ovo o que lhes permitiu ficarem independentes da água para reprodução, ao contrário dos anfíbios. Do filo Chordata devido à simetria bilatéria característica comum dos animais superiores, pertencendo por tanto ao reino Animalia.


4.    USO DOS QUELÔNIOS DA ALIMENTAÇÃO.

O caso mais famoso de quelônios sendo utilizados para consumo humano é das tartarugas-marinhas por comunidades de pescadores, só que projetos ambientais de geração de renda através do turismo têm conscientizado essas comunidades da importância de se preservar esses animais, protegendo inclusive os seus locais de desova e evitando que os mesmo fiquem presos nas redes de pesca e morram por afogamento. As tartarugas-marinhas são comente utilizadas como alimento por náufragos que bebem o seu sangue para evitam a desidratação, esse abito é comum em países da Ásia, só que com tartarugas-de-água-doce, serpentes e aves. Durante as Grandes Navegações quando os espanhóis descobriram as Ilhas Galápagos milhares de jabutis gigantes foram embarcados para servirem de alimento à tripulação, durante as longas viagens pelos oceanos, eles abriam a carapaça destes animais a golpes de machado. Os caboclos amazônicos costumam cozinha os jabutis sem retira-los do casco, colocando-os diretamente na fogueira. Na América Central tartarugas-de-água- doce eram criadas em cativeiro com a finalidade de serem abatidas para servirem de alimento, elas eram comercializadas vivas, pois na época não havia sistema de refrigeração e mantê-las viva era uma forma de ser tê-las sempre a disposição e levadas para outros pontos Impérios Maia que não faziam parte da mesma bacia hidrográfica separada por cadeias de montanas, só dessa forma seria possível o cruzamento entre espécies geograficamente isoladas. 
   Já na floresta amazônica além dos jabutis-terrestres se consume regularmente a as tartarugas da Amazônia, na verdade elas são cágados, que podem ser criadas em cativeiro e atingem o tamanho de abate em pouco tempo, essas características de manejo em cativeiro permite que sejam exploradas economicamente e através da refrigeração a sua carne possa ser exportada para outras regiões do país ou mesmo para países da Ásia onde o consumo de animais aquáticos é tradicional. O que se fosse feito reduziria a pressão sobre os animais silvestres gerando emprego e renda as populações humanas que exploram de forma predatória animais silvestres. 

5.      ESTADO DE CONSERVAÇÃO.

   Muitos quelônios estão seriamente ameaçados de extinção ou já foram extintos pela ação do homem, principalmente pela descaracterização do seu habitat natural através da agricultura pelo revolvimento do solo devido aos implementos, arados e grades niveladoras de solo, movidos a tração mecânica, destruindo seus ovos que estão enterrado no solo ou mesmo os animais adultos são esmagados pelas rodas do trator ou mutilados pelos implementos; pela prática das queimadas para limpar o terreno para a formação de novas pastagens, como esse animais são muito vagarosos eles acabam morrendo queimados o mesmo acontece com seu ovos que estão enterrados. A caça também é um fator de extermínio das populações destes animais, pois a demanda é crescente não havendo tempo para eles se reproduzirem a uma taxa maior do que são predados. Um terceiro fator é a captura de animais na natureza para abastecer o mercado de animais de exóticos ou de estimação. 

6.      ALTERNATIVA PARA EVITAR A EXTINÇÃO DO JABUTI

   A forma conflituosa de convivência destes animais com o ser humano os levará à extinção, a menos que seja encontrada uma solução vantajosa para o ser humano para que ele saia da condição de predador para a de cuidador e protetor. E isso só será possível através da exploração econômica e racional em cativeiro destes animais, pois sendo criados sob condições controladas eles estarão livres de parasitas e predadores e não sofrerão privações por falta de alimento e água, terão um crescimento mais acelerado e atingirão uma longevidade que a vida na natureza não permite, pois ela não tem piedade dos jovens nem tão pouco ela tem compaixão com os velhos. Nesse sistema econômico preservacionista há a possibilidade da criação em cativeiro das tartarugas da Amazônia com a finalidade de produção de carne, pois já é um animal criado para essa finalidade, se adaptando sem maiores problemas ao cativeiro podendo ser alimentado com rações industrializadas e frutos disponíveis em quase todas as regiões tropicais. Os jabutis também merecem atenção especial, pois a maior da vegetação nativa do país, Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado, foi convertida em áreas de produção agropecuária, assim os jabutis que têm perdido as suas áreas de alimentação e quando são avistados pelos seres humanos são imediatamente capturados, sendo mantidos em cativeiro e abatidos em algum momento, alguns destes jabutis têm um destino menos cruel e podem viver vários anos chegando a deixar vários descendentes. Sendo essa alternativa de sobrevida para os jabutis a criação em cativeiro com a finalidade de produção comercial de filhotes para o mercado de animais de estimação, pois já existe um mercado paralelo que promove a retirada destes animais e os leva para os grandes centros populacionais, podendo haver uma valorização de 1000% mil por cento do local onde eles são capturados até o comprador final, esses animais geralmente são traficados ainda quando são filhotes dessa maneira pode ser levados em grande quantidade sem que haja uma alta mortalidade comum aos pássaros e mamíferos, pois quando são filhotes de jabutis possuem uma reserva amniótica que lhes possibilita passar um bom tempo sem se alimentar, só que muitas vezes esses filhotes vão ser criados em condições não muito adequadas em apartamentos ou em quintais cimentados sem ter a possibilidade de se reproduzirem e se alimentando de forma inadequada. Pior ainda é quando os jabutis adultos são abatidos para servirem de alimento, pois deixarão de gerar de três a cinco novos filhotes por ano, e o preço apurado por quilo de carne é um pouco maior do que o de galinha caipira de quintal. Dessa forma se a comercialização destes animais fosse regulamentada evitaria a extinção da espécie, pois seria mais um nincho de mercado para os pet-shopping, que além dos filhotes, eles poderiam comercializar rações especiais, terrários e aquecedores para as regiões mais frias, e quando estes animais estivessem adultos poderiam ser trocados por novos filhotes e seriam encaminhados para criadores que farem a reprodução assistida.        

7.       REINTRODUÇÃO INADEQUADA DOS JABUTIS EM MEIO AMBEITE INADEQUADOS
   Se os animais adultos forem poupados e reservados para a reprodução de filhotes a espécie poderá ser multiplica em número suficiente para se pensar na sua reintrodução com monitoramento na natureza, desde que em locais que sejam adequados para recebê-los sem que haja o risco deles serem recapturados por caçadores ou que venha a morrer de inanição por falta de alimento e de água, visto que os locais onde se dá a soltura destes animais são parques naturais recém-criados onde ainda não houve a recomposição da vegetação nativa, diferente dos pássaros que podem percorrem grandes distâncias em busca de alimento e água. No mínimo nos locais de soltura houvesse um morador que lhes fornecesse regularmente alimentos e água. Principalmente quando se trata de jabutis da Amazônia que são mais exigentes em termos alimento e água por serem maiores os jabutis do Nordeste, esses animais podem farejar a água servida às abelhas no meio da caatinga e morrem do lado do colho por não poderem alcança-lo. Apesar de poderem ficar longos períodos hibernando sem comer ou beber água, os jabutis quando levados de volta para uma reserva poder perder a reserva de água através da urina, o que poderá leva-lo a morte se ele não encontrar uma forte de água para fazer essa reposição de estoque. O curioso é que as fêmeas usam essa reserva estratégica no momento da postura dos seus ovos, urinando no local onde ela vai cavar o buraco para depositar os ovos. 
8.      JABUTIS CRIADOS EM QUINTAIS.

  No interior do Nordeste é comum que muitas famílias tenham jabutis em seus quintais e na maioria das vezes eles são nascidos em cativeiro e não seria adequado a sua reintrodução na natureza, pois eles não sobreviveriam sem a assistência humana. Muitos filhotes são dados como presente de aniversário para os filhos dos amigos, o que pode acontecer, esse filhote pode viver vários anos sem se reproduzir até que outro jabuti seja providenciado para formar um casal dessa forma haverá descendentes, ou ele pode vir a óbito devido à falta de alimento e água, ou ser pisoteado ou friccionado contra o chão como se fosse um carrinho de brinquedo. Mas com o mínimo de espaço, seja ele gramado de areia ou terra eles podem ser criados esse reproduzirem anualmente, porém há o inconveniente de na maioria dos casos os jabutis pertencem a uma mesma ninhada e vão se reproduzindo por gerações, mesmo apesar da pouca troca de material genético há poucos casos de má formação genética.
      O grande empecilho é a questão legal, pois quem tem esses seus jabutis criados no quintal pode ter que se desfazer deles para não serem enquadrados na legislação ambiental que proíbe a sua criação de fundo de quintal. Outro fator negativo é quando os jabutis atingem a fase adulta eles são vendidos para serem abatidos principalmente no feriado católico da Semana Santa onde a demanda por esse tipo de caça aumenta. Por haver nesse período do ano uma proibição religiosa do consumo da carne vermelha e pela baixa oferta de peixes devido a grande distância do litoral a carne de jabuti foi incorporado ao cardápio religioso, sendo que os indígenas já jaziam uso da carne do jabuti desde que chegaram às América durante a última era glacial antes da elevação no nível do mar. Mesmo tendo convivido com o ser humano por milhares de anos os jabutis nunca enfrentaram um declínio de sua população como agora, o que poderá levar a extinção da espécie nas próximas décadas.

9.      AMATANÇA DOS JABUTIS NA SECA DE 2012.

   O consumo da carne do jabuti se intensificou devido à seca de 2012 que foi considerada a pior dos últimos 30 anos, que atingiu oito estados nordestinos com e o norte de Minas Gerais com exceção do Maranhão para onde foi levado quase todo e gado bovino em fase de engorda, garrotes e novilhas, o restando do rebanho, vacas e bezerros, foi deixado para trás por não ter valor comercial, essa seca só não se constituiu numa tragédia humanitária devido à intervenção do governo federal que disponibilizou carros pipa para a distribuição de água nas fazendas e comunidades do interior e do milho transgênico plantado Centro-Oeste e trazidos de navio cargueiro. E como não havia oferta de peixes devido ao baixo nível dos açudes e não tendo dinheiro para comprar o peixe salgado vindo de fora. Não tendo peixe muitas famílias utilizaram a única reserva disponível, os jabutis presos nos quintais, que foram inclusive vendidos para magarefes que nessa época do ano deixam de vender carne vermelha e abatem os jabutis para vender a sua carne. Como resultado quase não se ver jabutis adultos, restando apenas os animais jovens que não tinha o tamanho de abate, mas ainda há esperança para a espécie, pois ainda podemos ver pequenos jabutis recém-nascidos fruto do último acasalamento da vida de seus pais.  

10.  LEGITIMAÇÃO DO CRIME DE TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES.

   O tráfico de animais silvestre é um dos mais lucrativos mercados ilegais perdendo apenas para tráfico de arma e de drogas, em algumas circunstâncias podemos considerá-los como elo de uma mesma corrente, visto que os criminosos são oportunistas e visam exclusivamente o lucro a qualquer preço. Fora o seu caráter marginalizante eles são pessoas como qualquer outra que buscam viver em sociedade e atingir ganhos materiais para aquisição de patrimônio para dar uma vida confortável para suas famílias e serem reconhecidos como cidadãos. Então se vivemos um sistema democrático onde teoricamente as leis servem para proteger a sociedade, então por que a criminalidade tem tantas ramificações e as leis que deveriam controlar os seus impulsos antissociais servem apenas para legitimar e até mesmo favorece-los em diversas circunstâncias.
    Por exemplo, o governo propôs um desarmamento que seria a solução para a violência urbana, agora imaginemos que quantos crimes de homicídio vão deixar de ser investigados porque a prova do crime foi simplesmente destruída. O mesmo se aplica ao combate ao tráfico de drogas, que não vem trazendo resultados práticos apenas favorecendo a concorrência entre grupos paramilitares que promovem a distribuição para os usuários. O certo seria que, fosse feita uma distinção entre os vários tipos de drogas de forma não genérica, as que tivesse um potencial menos poderiam ser sua produção controlada pelo Estado com o cadastramento dos pontos de venda e o rastreamento dos usuários, para que estes não precisassem recorrer aos traficantes para terem a mão o fruto do seu desejo. 
    A legislação de proteção dos animais silvestre caminha no mesmo sentido, pois a sua finalidade é de nos impedir de explorarmos economicamente a nossa fauna como fizeram os europeus e asiáticos, que capturam na natureza animais dos quais se alimentavam frequentemente para tê-los sempre a disposição. Hoje os animais domésticos de consumo são explorados por grandes multinacionais que almejam o controle absoluto dos recursos naturais e meio de produção de alimentos, impedindo até que as comunidades nativas se alimentem da forma tradicional. Durante longa trajetória de caça e domesticação dos animais muitas espécies foram extintas simplesmente por falta de gestão dos recursos naturais pela exploração excessiva das suas populações ou destruição do seu habitat.
   Diante da impossibilidade destes animais permanecerem no ambiente natural, que não é mais adequado a manutenção da sua população, defendemos que se legitime a criação em cativeiro sem observar a origem destes animais, se retirados da natureza ou que tenha nascidos em cativeiro. E que os jabutis passem a serem considerados animais domésticos, favorecendo a criação de associações de produtores de filhotes que se encarregaram de fazer a gestão de mercado e registro dos animais.

11.   CONCLUSÃO.

    É necessário buscar alternativas para evitar a extinção das espécies de jabutis que vivem nas matas brasileiras e se possível que se faça o resgate destes animais do meio natural, pois a natureza já foi extremamente modificada pelo homem a ponto de não ser um local seguro para a permanência destes animais. E como eles se adaptam facilmente as condições de cativeiro poderiam ser mantidos sob condições controladas para a reprodução em larga escala de filhotes que seriam comercializados, sendo que nesses termos haveria todo um sistema de rastreamento, desde o local de origem das matrizes e reprodutores, sejam eles criados em quintais na zona urbana ou em sítios e fazenda, até o consumidor final que ficaria responsável pela devolução quando o animal ficasse adulto. Dessa forma haveria um circulo de proteção entorno dos animais adultos que seriam explorados com a finalidade exclusiva de produção de filhotes. E mesmo que os jabutis escapassem do cativeiro eles não representariam qualquer ameaça ao meio ambiente, pois eles não são considerados uma espécie invasora como são as espécies semiaquáticas, que quando se tornam adultas são soltas na natureza pelos seus donos e muitas destas espécies são exóticas e passam a concorrer com as espécies nativas levando-as a extinção.    




REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA















Um comentário:

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